Arrendamento de terras é apontado como causa do confronto entre indígenas na aldeia Serrinha, em Pitanga

Prática é ilegal e está sendo investigada pela Polícia Federal (PF). 

Discordância sobre arrendamento de terras é apontada como causa de conflito violento entre indígenas. Foto: NH Notícias.

13/02/2025 às 11:55 - Atualizado em 13/02/2025 às 11:57

Compartilhe:

Ouça a entrevista com o deputado federal Tadeu Veneri (PT).

Desentendimento sobre a prática de arrendamento de terras é apontado como motivação para conflito entre indígenas kaingang da Terra Indígena Ivaí, no município de Manoel Ribas, e aldeia Serrinha, em Pitanga. No dia 6 de janeiro, mais de 60 casas foram queimadas e sete indígenas ficaram feridos após um confronto na Aldeia Serrinha. 

“Eles tiveram uma divergência quanto ao arrendamento de terras, prática que não tem nenhuma previsão na Constituição, mas que tem acontecido no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e agora no Paraná”, disse Tadeu Veneri (PT), deputado federal que está acompanhando o caso. 

Na terça-feira (11/02), o parlamentar esteve com a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas, Joenia Wapichana, tratando do caso. 

Veneri informou que a Polícia Federal (PF) está apurando as circunstâncias do conflito e as supostas práticas criminosas no território. O parlamentar disse que é preciso aguardar a conclusão das investigações, mas foi enfático sobre a ilegalidade da prática de arrendamento.  

“Isso não é permitido, a Polícia Federal está buscando justamente fazer esse esclarecimento”, enfatizou. 

Ele defendeu que a Funai coordene, com apoio de outros órgãos do Estado, ações para garantir que os indígenas possam viver com dignidade em seu território. Ações como fornecimento de insumos e equipamentos agrícolas foram apontadas como medidas para apoiar as comunidades. 

“É preciso garantir que as pessoas que estão lá tenham condições de ter recursos, ganhos, de ter dignidade para suas vidas, não pode ficar como se fossem dependentes de tudo”, afirmou. 

Condição atual e visita

Atualmente cerca de 350 indígenas que tiveram as casas queimadas estão acampadas de modo improvisado em uma área próxima, cedida por um assentamento. Até semana passada elas estavam em uma escola, mas precisaram sair para o início das aulas.  

Representantes do Ministério dos Povos Indígenas e da Funai devem visitar o território após o Carnaval.

Fique sempre por dentro das últimas notícias!

Junte-se ao nosso grupo no WhatsApp e receba em primeira mão as notícias, atualizações e destaques do CulturaNews.
Não perca nada do que está acontecendo!

Clique aqui e faça parte do grupo!