A Ferroeste acumulou prejuízo de R$ 9.886.723,40 em 2023, conforme demonstrações contábeis da Companhia. Ao longo do ano passado a receita operacional da estrada de ferro alcançou 17.396.068,60. Já a despesa operacional alcançou a marca de R$ 23.433.252,96. Considerados gastos com amortização, depreciação e outras despesas (R$ 3.849.539,04) a empresa alcançou o resultado negativo.
A companhia tem como acionista majoritário (99%) o Governo do Paraná, que absorve o resultado negativo. Contudo, “nos últimos 04 exercícios não houve necessidade de aportes por parte do Acionista, […] devido ao gerenciamento e gestão estratégica implementados pela administração desde 2019, no que tange a redução de custos, despesas operacionais, gerenciamento de quebra de safra, bem como o sucesso das medidas de reestruturação financeira”, aponta o relatório da Bazzanese Auditores Independentes.
Porém, entre 2014 e 2019 o Governo do Estado injetou R$ 34.611.225,54 para capitalizar a companhia. E somado a isso vem tomando medidas para sanear e dar condições de privatização.
O mesmo relatório mostra que o “saldo da conta de prejuízos acumulados da Companhia totalizou em 2023 o montante de R$ 172.874.011,65 e o prejuízo operacional registrou o montante de R$ 6.037.184,36”.
Privatização
O Governo do Estado mandou nesta segunda-feira (05/08) um projeto de lei para a Assembleia Legislativa com um pedido de autorização para iniciar o processo de privatização da Ferroeste.
Na mensagem encaminhada à Assembleia o Governo afirma que “devido à sua configuração como empresa estatal, a companhia vem esbarrando em diversos entraves no exercício de suas atividades, prejudicando, muitas vezes, sua evolução e a capacidade de encontrar respostas rápidas às demandas do mercado, o que, consequentemente, limita sua competitividade e celeridade em procedimentos internos, além de inibir a otimização de recursos a ela direcionados.”
Por isso, a gestão Ratinho Jr. quer entregar o trecho para iniciativa privada, com o “condão de prover a infraestrutura demandada pelo contexto estadual ferroviário por meio da aplicação de investimentos privados, tornando desnecessário o aporte de eventual capital pelo Tesouro do Paraná.”
A Ferroeste representa apenas 0,1% do investimento do setor ferroviário em todo o País, que chegou a quase seis bilhões e meio de reais em 2022.
História
A Ferroeste foi concebida como empresa privada com foco no transporte de grãos agrícolas e insumos para plantio em 1988 e assumiu, por meio do Decreto 96.913, a outorga de concessão para construção e exploração de ferrovia de Guarapuava até Cascavel, dentro dos limites do Paraná, se estendendo à região de Dourados, no Mato Grosso do Sul. Posteriormente ela foi transformada em sociedade de economia mista.
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