No vídeo de intenção de oração de outubro, Leão XIV pede para rezarmos juntos “para que os crentes de diferentes tradições religiosas trabalhem juntos para defender e promover a paz, a justiça e a fraternidade humana”. As religiões precisam ser “fermento de unidade em um mundo fragmentado”, marcado por tantos conflitos e polarizações, diz Leão XIV ao convidar os que creem a buscar o que nos une e justamente no mês em que se celebra o aniversário de 60 anos do documento conciliar Nostra aetate.
Acesse o vídeo AQUI.
“Rezemos para que as pessoas de diferentes tradições religiosas trabalhem juntas para defender e promover a paz, a justiça e a fraternidade humana.”
Assim começa Leão XIV na mensagem em vídeo com a intenção de oração para outubro que o Pontífice confia à Igreja Católica através da Rede Mundial de Oração do Papa. As religiões, continua ele, não devem ser usadas como “arma ou muro”, mas precisam ser vividas como “ponte e profecia”, sendo “fermento de unidade em um mundo fragmentado”. Em um tempo marcado por tantos conflitos e polarizações, Leão XIV convida todos os que creem a buscar o que nos une e justamente no mês em que se celebra o aniversário de 60 anos do documento conciliar Nostra aetate.
A proposta do vídeo, que traz uma oração lida pelo Papa, também nasce em uma época em que a religião, tantas vezes, é usada pela lógica da contraposição. E o Leão XIV, ao contrário, convida a redescobri-la como ponte de fraternidade e força de reconciliação.
Vários exemplos concretos são contados no vídeo, através das imagens, que entrelaçam momentos “do alto” e iniciativas “de baixo”. De um lado, o desenrolar histórico do caminho inter-religioso: o encontro histórico promovido por João Paulo II em Assis, em 1986; a visita de Bento XVI à Sinagoga de Roma, em 2010; a assinatura do Documento sobre a Fraternidade Humana em Abu Dhabi, em 2019, no pontificado do Papa Francisco; até aos mais recentes encontros ecumênicos do Papa Leão XIV, no Vaticano. De outro lado, porém, a intenção de oração deste mês recorda que o diálogo inter-religioso não se esgota nos encontros entre líderes: as imagens do vídeo lançam luz às experiências promovidas seja em nível local ou em âmbito eclesial, como o encontro inter-religioso organizado em Singapura, em abril deste ano, pela Cáritas e a arquidiocese, por ocasião da Jornada da Terra, ou como o evento “One Human Family” promovido pelo Movimento Focolares entre maio e junho de 2024. São dois sinais recentes e concretos de um diálogo que promove proximidade, fidelidade e cooperação cotidiana.
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Essa intenção de oração está no horizonte das celebrações do aniversário de 60 anos da Nostra aetate, a declaração do Concílio Vaticano II que trasformou o relacionamento da Igreja católica com as demais religiões, abrindo caminhos de diálogo, respeito e colaboração. Há dez anos, no aniversário de 50 anos do documento, o Papa Francisco destacou a sua atualidade, recordando que a via do diálogo requer conhecimento, respeito e estima recíprocas, e que o mundo olha aos que creem pedindo respostas eficazes para a paz, a fome, a pobreza, as crises ambientais e a violência, sobretudo aquela praticada em nome da religião. Naquele contexto, o Papa realçou também que os que creem não têm “receita” para todos os problemas, mas possuem uma grande reserva: a oração, que é o tesouro ao qual recorremos conforme as respectivas tradições.
A oração de Leão XIV no vídeo de outubro
Senhor Jesus,
Tu, que na diversidade és um só
e olhas com amor para cada pessoa,
ajuda-nos a nos reconhecermos como irmãos e irmãs,
chamados a viver, rezar, trabalhar e sonhar juntos.
Vivemos em um mundo cheio de beleza,
mas também ferido por profundas divisões.
Às vezes, as religiões, em vez de nos unirem,
tornam-se causa de confronto.
Dá-nos o teu Espírito para purificar os nossos corações,
para que possamos reconhecer o que nos une
e, a partir daí, aprender novamente a escutar
e a colaborar sem destruir.
Que os exemplos concretos de paz,
justiça e fraternidade nas religiões
nos inspirem a acreditar que é possível viver
e trabalhar juntos, para além das nossas diferenças.
Que as religiões não sejam usadas como armas ou muros,
mas vividas como pontes e profecia:
tornando possível o sonho do bem comum,
acompanhando a vida, sustentando a esperança
e sendo fermento da unidade em um mundo fragmentado.
Amém.
Fonte: VaticanNews.