Erros de projeto, aditivos de contrato e pagamento de desapropriações tornaram a construção da Avenida Beira Rio, denominada mais recentemente Arlindo Antoneli, mais cara que o previsto. Somente a pavimentação da via custou 2,7 vezes mais cara. A obra de 1,7 km de extensão demorou quatro anos pra ficar pronta.
A pavimentação que custaria R$ 4,7 milhões terminou em R$ 13,2 mi. Também foi necessário um serviço extra de substituição de solos que consumiu recursos próprios do município e o pagamento de indenizações aos proprietários.
A via será uma ligação entre a BR-277 e PRC-466, mergeando o Rio Xarquinho. Obra será entregue pelo prefeito Celso Góes (Cidadania) neste sábado (22/06).
Erro de projeto
O primeiro problema foi com o solo do local. Segundo a secretária de Obras de Guarapuava, Jacqueline Satiko, o solo era úmido e mole e teve que ser todo removido para poder receber o asfalto. Caso não fosse feita a mudança da base, a pista não suportaria o tráfego.
Segundo a secretária, foram necessárias 3200 cargas para preencher com solo (20 mil m³) e rochas (12 mil m³) boa parte da extensão da via, construída colada do rio Xarquinho. Outra necessidade extra foi a remoção do solo com a utilização de máquinas alugadas e próprias da prefeitura. A secretária não detalhou quantas horas-máquina foram utilizadas e qual o custo.
Contratos
No contrato mais recente para serviços desta natureza, a prefeitura paga R$ R$ 14.999,00 por mês para utilização de uma Escavadeira Hidráulica de alta capacidade. Um caminhão Truck com caçamba de capacidade mínima de 12m³, para transporte de terra/cascalho custa R$ 10.500,00.
Não é possível afirmar antecipadamente quanto foi gasto com esse serviço porque a prefeitura não divulgou a quantidade de equipamentos empregados na obra e a quantidade de horas trabalhadas. Solicitamos esses dados na tarde desta sexta-feira (21/06) e aguardamos retorno.
Pavimentação
Depois que a prefeitura de Guarapuava corrigiu o problema de solo, o serviço avançou com a etapa de pavimentação, por parte da Dalba Engenharia, vencedora da licitação. No ano de 2020, quando foi feito o certame, a obra tinha custo previsto de R$ 4.740.947,15. Contudo, foi aditivada em R$ 6.590.096,22. Com isso, o custo da obra ficou 179% mais alto: R$ 13.248.936,17.
A justificativa para conceder o aditivo foi a necessidade de promover o reequilíbrio econômico-financeiro, segundo documentação disponível no Portal da Transparência. Um parecer jurídico do município se posicionou favoravelmente ao ajuste de valor.
Indenizações
Foram diversos decretos de desapropriação das áreas para fazer a nova via. A reportagem ainda não fez um levantamento completo, mas preliminarmente pode-se afirmar que o custo ultrapassou R$ 2 milhões.
Somente um decreto de desapropriação (Nº 9.624/2020) custou valor de R$ 1.207.462,47 para dois proprietários. A reportagem também solicitou um detalhamento por parta da prefeitura de todas as desapropriações.
Parte dos valores foram permutados, o que diminuiu o desembolso em espécie por parte da prefeitura.
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