Guarapuava tem mais de 340 casos notificados de dengue desde o início do ano e cenário preocupa saúde pública

Os números têm aumentado gradativamente, segundo a Secretaria de Saúde: 147 casos, em janeiro; 172, em fevereiro; e 23, até o último dia 4 de março.

Foto: Fiocruz

06/03/2025 às 14:30 - Atualizado em 06/03/2025 às 14:53

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Neste ano, já são 342 casos de dengue notificados, sendo que, desse total, 280 confirmados, em Guarapuava. O cenário tem preocupado a Secretaria Municipal de Saúde, que passou a intensificar as ações de combate ao mosquito transmissor, com visitas a casas para conter focos de proliferação e aplicação de inseticida em locais considerados de risco. (Veja a entrevista completa abaixo).

Os números têm aumentado gradativamente, segundo a diretora de Vigilância e Saúde, Marlene Borecki: “Desde o mês de janeiro, a gente já notou um aumento de 147 casos em janeiro, depois tivemos 172 casos em fevereiro, e agora, até o dia 4 de março, 23 casos”.

Foto: Reprodução/ Secretaria Municipal de Saúde

No ano passado, os casos de dengue superlotaram a Urgência do Trianon, que, na época, foi a unidade referência para atendimentos de pacientes com sintomas da doença. Para este ano, a Secretaria de Saúde afirma que, caso haja aumentos ainda mais significativos de casos, a estratégia será descentralizar os atendimentos para unidades básicas de saúde, providenciando um número fixo de consultas para essas situações.

“Já estamos providenciando e avaliando todo o estoque de soro, tanto soro oral quanto soro venoso, para garantir esse acesso à população. E uma das ações que estamos elaborando nos próximos dias é uma capacitação para todos os médicos e enfermeiros, porque Guarapuava nunca teve um histórico de vivência de dengue. Foi no ano passado que tivemos aquele número grande de casos, mas ainda precisamos estudar mais, precisamos conhecer um pouco mais a dengue. Vamos capacitar todos os médicos da rede, tanto da rede de urgência e emergência, quanto da atenção básica, assim como todos os enfermeiros da rede, para que todos entendam o estadiamento da dengue, conheçam a classificação, porque, dependendo do estado e dos sintomas da dengue, ela pode, sim, ser monitorada em casa, para não superlotarmos as unidades de saúde e deixá-las disponíveis para casos de dengue com maior complicação. E aí temos a retaguarda da rede hospitalar para os casos de dengue com complicação maior, que é a nossa preocupação”, afirmou.

Testagem

Na semana passada, o município recebeu cerca de dois mil testes rápidos de dengue, de acordo com a Secretaria de Saúde: “Devem ser feitos em pessoas que estão entre o primeiro e o quinto dia de sintomas. Distribuímos para todas as unidades básicas de saúde e urgências uma caixa de testes. Para Guarapuava, é uma quantidade pequena. Estamos priorizando o uso dos testes para os grupos de risco, que são gestantes, idosos e crianças, além de pessoas com comorbidades ou imunossuprimidos, que tendem a adoecer de maneira mais grave”, explicou Marlene.

Combate ao mosquito

Agentes de endemias têm visitado 100% dos imóveis do município com o objetivo de acompanhar e eliminar depósitos de água parada, conforme o setor de Vigilância Ambiental e Saúde.

Outra forma encontrada para combater a proliferação do mosquito transmissor é a aplicação de inseticida, que vem sendo realizada em escolas, unidades básicas de saúde e locais onde há maior fluxo de pessoas.

Os profissionais que aplicam o produto usam equipamentos de proteção individual.

“Utilizamos uma bomba motorizada, que faz muito barulho. O pessoal vai aparelhado, e realizamos esse trabalho somente após notificação de caso confirmado. Vamos ao bairro e, ali, fazemos um raio de 150 a 300 metros da região, aplicando esse inseticida, que é de uso espacial e tem durabilidade de uma a duas horas, para eliminar o mosquito na fase adulta”, explicou Sabina Curi, responsável pelo setor.

Foto: Reprodução/ Secretaria Municipal de Saúde

Horários das ações

As aplicações são realizadas a partir das 4h30 até 7h30 e no final da tarde, a partir das 19h.

“Esses horários são definidos por questões ambientais, porque, como sabemos, existem também insetos que são benéficos ao meio ambiente. A abelha, por exemplo, amanhece e sai. Então, temos que cuidar muito dessa questão ambiental também. E, como o inseticida é de uso espacial, não podemos aplicar o produto com o sol muito quente, porque isso reduziria a durabilidade e a eficácia que esperamos”, explicou.

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