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Pablo Almeida e engenheiro da prefeitura de Guarapuava são alvo de operações por suspeita de fraudes em licitação

Mandados foram cumpridos na manhã desta segunda-feira (1º/07/24) pelo Ministério Público do Paraná .

Na Câmara, único alvo das buscas foi o gabinete do vereador Pablo. Foto: Luis Emanuel Calixto.

01/07/2024 às 10:15 - Atualizado em 01/07/2024 às 11:08

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Duas operações do Ministério Público do Paraná cumpriram 34 mandados de busca e apreensão em cidades do Paraná e Santa Catarina na manhã desta segunda-feira (1º/07/24). Os alvos são suspeitos de envolvimento em fraudes em licitação. As operações foram batizadas de Fogo no Parquinho e Abecedário e tem apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e Grupo Especializado na Proteção do Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria).

Em Guarapuava, ao menos um local foi alvo de busca, o gabinete do vereador Pablo Almeida (Progressistas). Pablo retornou ao Legislativo em 1º de abril deste ano e entre 2021 e 2024 atuou como secretário de Educação da Prefeitura de Guarapuava.

O parlamentar foi procurado e afirmou que ainda não vai se manifestar porque não teve acesso ao teor da investigação.

A reportagem não conseguiu confirmar até o momento quais outros alvos na cidade de Guarapuava. A prefeitura de Guarapuava não se manifestou.

Municípios alvo

Municípios do Paraná e Santa Catarina foram alvos dos 34 mandados de busca e apreensão. São eles: Guarapuava, Curitiba, São José dos Pinhais, Cascavel e Foz do Iguaçu, no Paraná. E São José, Agronomica, Braço do Trombudo e Rio do Sul, em Santa Catarina.

Abecedário

Na Operação Abecedário foram executados 26 mandados de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara Criminal de Guarapuava. Entre os alvos estão um ex-secretário municipal de Educação do Município (atualmente vereador), um engenheiro civil do Município e familiares dos dois agentes públicos, suspeitos de receberem propina. Os demais são seis empresas e nove pessoas vinculadas a um conglomerado empresarial que teriam realizado os pagamentos.

Verificou-se que as empresas, embora fossem do mesmo grupo e se submetessem a uma mesma administração, simulavam ser independentes por meio da constante criação de pessoas jurídicas no nome de funcionários do grupo que atuavam como laranjas. Elas simulavam se enfrentar em certames licitatórios, apresentando descontos que por vezes superaram 50%, suspeitos de inexequibilidade. Com este subterfúgio – e o auxílio de agentes públicos – ao menos desde 2021 vem sendo reiteradamente contratadas pelo Município para manutenção e conservação prediais de escolas e outros prédios públicos municipais, em licitações com objeto genérico (sem definição de exatamente quais reformas e melhorias seria executadas) e valores milionários.

O ex-secretário é suspeito de ter recebido de R$ 12 mil reais entre 2021 e 2023 por meio da conta de seu filho, para auxiliar nos ilícitos. Já o engenheiro, que atuou tanto nas licitações quanto na fiscalização dos contratos, teria recebido montantes que superam R$ 135 mil por meio das contas bancárias dos companheiros de seus sogros, esposa e credores da empresa de engenharia familiar, nos anos de 2021 e 2022.

Fogo no Parquinho

Outros oito mandados vinculam-se à Operação Fogo no Parquinho e tiveram entre os alvos o mesmo engenheiro civil da Operação Abecedário, bem como familiares e a empresa de engenharia dele. Nesta segunda operação, foram encontrados indícios de fraude a licitação e no contrato decorrentes do Pregão Eletrônico n.º 197/2021, realizados pelo Município para fornecimento e instalação de playgrounds (parquinhos infantis) em escolas de ensino fundamental e centros municipais de educação infantil de Guarapuava.

Verificou-se que todas as empresas participantes da fase interna e externa do certame tinham vinculação e que sua participação simultânea teria sido facilitada pelo engenheiro civil. A empresa contratada para o fornecimento dos playgrounds, dois sócios e seu representante na licitação também são objeto de busca e apreensão.

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