Algumas perguntas surgem com frequência em época de eleições no Brasil. Para ajudar as pessoas a entenderem a atuação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e das Igrejas Particulares nesse contexto, a Assessoria de Relações Institucionais e Governamentais (RIG) da CNBB preparou um documento com respostas a esses questionamentos.
Atuação de padres e bispos
O primeiro apresenta as recomendações sobre a atuação de padres e bispos no contexto eleitoral, e recorda as orientações gerais oferecidas pela CNBB em anos eleitorais “sobre o que se deveria levar em consideração no momento do voto nos que exercerão as funções de legisladores e governantes”.
Essa orientação, lê-se no documento, é feita a partir da Doutrina Social da Igreja, que apresenta para isso princípios como justiça social, solidariedade, defesa da vida desde a sua concepção até a morte natural, cuidado com os mais vulneráveis, a defesa da Ecologia Integral e a promoção do bem comum.
Candidaturas de membros do clero
O documento recorda a proibição de os clérigos assumam cargos públicos que importem a participação no exercício do poder civil. Essa norma deixa claro que é vedada aos clérigos a participação no pleito eleitoral, como candidato ao exercício de qualquer poder civil.
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Debate político dentro das Igrejas
O ambiente da vida eclesial não pode ser transformado em “palanques eleitorais”, salienta o documento, sublinhando o ambiente da assembleia litúrgica, as celebrações, onde se deve viver e celebrar a comunhão.
Por outro lado, a Igreja deve-se criar ambientes de reflexão à luz da Fé e do Magistério da Igreja com o intuito de formar nos fiéis uma consciência política com base nos princípios apontados pela sua Doutrina Social, especialmente na forma proposta pelo Papa Francisco na encíclica Fratelli Tutti.
Apoio a candidatos
Tendo presente que padres e bispos são também cidadãos civis e tem o direito e o dever de escolher e votar, de forma consciente, nas pessoas que julgam aptas a exercerem funções de poder civil, o documento esclarece que “a Igreja adota uma posição de neutralidade política e não apoia diretamente candidatos políticos específicos”. Ela oferece, por sua vez, orientação, baseada em sua Doutrina Social.
Não deixa de ocorrer, porém, a necessidade de que bispos e outras autoridades eclesiásticas emitam
declarações ou oriente os fiéis sobre questões específicas, especialmente em contextos em que há preocupações graves sobre políticas que contrariam os princípios fundamentais da fé e moral católica.
Fonte: assessoria de comunicação CNBB.