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O Papa: a destruição do ambiente ofende a Deus, trabalhar para a cultura da vida

Francisco recebeu em audiência os membros das Pontifícias Academias das Ciências e das Ciências Sociais que participam do encontro “Da crise climática à resiliência climática”.

Papa se reuniu com lideranças de todo o mundo para discutir crise climática. Crédito: VaticanNews.

16/05/2024 às 15:28

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O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (16/05), na Sala Clementina, no Vaticano, cerca de duzentos participantes, de várias partes do mundo, do encontro promovido pelas Pontifícias Academias das Ciências e das Ciências Sociais sobre o tema “Da crise climática à resiliência climática”. O encontro teve início na terça-feira (15/05), na Casina Pio IV, no Vaticano, e se conclui na sexta-feira (17/05). O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e o cacique Raoni participam do evento e se encontraram com o Santo Padre durante a audiência desta quinta-feira.

Em seu discurso, o Papa sublinhou que “os dados sobre as mudanças climáticas pioram a cada ano e portanto, é urgente proteger as pessoas e a natureza”. Francisco parabenizou “as duas Academias por liderarem este esforço e produzirem um protocolo de resiliência universal. As populações mais pobres, que pouco têm a ver com as emissões poluentes, precisarão receber maior apoio e proteção”.

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Os pobres são os que mais sofrem com as mudanças climáticas

“A destruição do ambiente é uma ofensa a Deus, um pecado que não é apenas pessoal, mas também estrutural, que coloca seriamente em perigo todos os seres humanos, especialmente os mais vulneráveis, e ameaça desencadear um conflito entre gerações”, disse o Papa, que perguntou: “Estamos trabalhando em prol de uma cultura da vida ou de uma cultura da morte?”

Estamos diante de desafios sistêmicos distintos, mas interligados: as mudanças climáticas, a perda da biodiversidade, a degradação ambiental, as desigualdades globais, a insegurança alimentar e uma ameaça à dignidade das populações envolvidas. Se não forem abordados de forma coletiva e urgente, esses problemas representam ameaças existenciais para a humanidade, para outros seres vivos e os ecossistemas.

“Mas que seja claro: são os pobres da Terra que mais sofrem, apesar de serem os que menos contribuem para o problema. As nações mais ricas, cerca de um bilhão de pessoas, produzem mais da metade dos poluentes que retêm o calor. Contrariamente, os três bilhões de pessoas mais pobres contribuem com menos de 10%, mas arcam com 75% das perdas resultantes. Os 46 países menos desenvolvidos, em sua maioria africanos, são responsáveis por apenas 1% das emissões globais de CO2. Ao invés disso, as nações do G20 são responsáveis por 80% dessas emissões.”

Fonte: VaticanNews.