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Arrendamento inflacionado é dificuldade extra para produtores

Leonardo Bren, engenheiro agrônomo e diretor da Agro 10, alertou para contexto difícil para produtores devido aos altos custos e tendência de preços baixos.

Próxima safra de verão tende a ter custo alto e preço baixo. Fotos: Jaelson Lucas / AEN

04/07/2024 às 13:49 - Atualizado em 04/07/2024 às 15:54

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Os produtores de grãos da região de Guarapuava estão diante de um cenário de dificuldades com a baixa produtividade na safra de Inverno passada e preços que despencaram na de Verão. Com a perspectiva de remuneração ainda em baixa e custos altos no plantio de Verão 2024/2025, acende um alerta principalmente para quem tem áreas arrendadas. 

“O arrendamento atualmente é um vilão, porque ao longos dos anos, a ansiedade de plantar mais áreas levou os produtores a ceder e pagar arrendamentos mais caros, o ideal seria um arrendamento de 30 a 35 sacos por alqueire e não 50,60 sacos que está se pagando hoje”, analisa Leonardo Bren, engenheiro agrônomo e diretor da Agro10.

O especialista alerta que em algumas regiões do Paraná já está ocorrendo devolução de área devido ao cenário de dificuldades. E essa condição de aperto tende a se manter no próximo plantio de Verão (veja projeção de custos abaixo). 

Uma consequência direta dessa incompatibilidade de custos e faturamento é a descapitalização dos produtores e uma estagnação dos investimentos em maquinários, por exemplo. 

“O agricultor está literalmente comendo suas máquinas, porque não está tendo condições de investir em equipamentos mais modernos, está começando a trabalhar com sucata”

A depreciação do patrimônio sem a capacidade de novos investimentos deve refletir em queda de produtividade, alerta Bren. “Isso vai ter um custo de tecnologia e de produtividade, porque a tecnologia entrega a produtividade”, afirma. 

No âmbito nacional as organizações que representam o agronegócio cobram políticas públicas para proteger o setor. O que se busca evitar são consequências ainda mais graves como aumento de pedidos de recuperação judicial que já vem acontecendo. 

Custos elevados e perspectiva de preço baixo

A partir de setembro a soja começa a ser semeada na região para Safra 2024/2025. Os custos para esse plantio serão altos. Leonardo, da Agro10, projeta os custos de plantio em R$ 3.500 reais em custos diretos (como sementes e insumos) e o arrendamento em torno de R$ 4.312, perfazendo um custo total por hectare de R$ 7.800.  

Para o milho as projeções não são alvissareiras. Os custos estão estimados em R$ 6.200 os diretos, R$ 5.300 indiretos (inclui arrendamento), totalizando R$ 11.500 por hectare.

Em nenhuma das projeções estão incluídos os custos de remuneração da depreciação do maquinário e reservas para investimentos.

O cenário de preços da soja apontados para 2025 é de R$ 112 a saca, confirme consultorias contratadas pela Agro10. O valor projetado deixa a marge muito apartada para os produtores.

Leonardo aponta que é fundamental neste contexto o produtor trabalhar com boa orientação técnica para alcançar os tetos produtivos, o que pode compensar ou ao menos amenizar os impactos de preço baixo. 

Outro ponto fundamental é buscar uma consultoria para não errar na venda da safra e evitar perdas.

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