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Molde feito em 3D é usado para aperfeiçoar cirurgia de retirada de tumor raro em paciente com câncer de crânio, em Guarapuava

O objetivo é ser o mais assertivo possível e diminuir riscos à paciente.

Molde de crânio foi idealizado pelo mesmo médico que realizou a cirurgia. Foto: Reprodução/ Rádio Cultura

15/07/2024 às 16:12 - Atualizado em 15/07/2024 às 16:25

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Um médico de Guarapuava usou um molde de crânio feito em uma impressora 3D para dar mais precisão e rapidez na retirada de um tumor raro de uma paciente, de 49 anos, que vinha sofrendo com um câncer de crânio. A prática consiste em primeiro o médico simular o procedimento no molde e só depois iniciar a cirurgia na paciente. O objetivo é ser o mais assertivo possível para não correr ainda o risco de retirada tecidos e ossos saudáveis.

A cirurgia foi realizada na última quinta-feira (11), na unidade do Hospital São Vicente, especializada em atendimentos a pacientes com câncer, localizada no Bairro Cidade dos Lagos, em Guarapuava. Todo o procedimento foi custeado pelo SUS. Conforme o médico Lucas Brandão, cirurgião responsável pelo caso – especialista em cirurgias de cabeça e pescoço – o tumor tinha aproximadamente quatro centímetros.

“Ele (tumor) ocupava boa parte da cavidade oral dela e tinha um odor bem fétido. Ela convivia com o odor 24 horas por dia. Não chegava a sentir tanto a dor, mas tinha incômodos para comer, o que atrapalhava quando ela ia deglutir. Além do cheiro que incomodava muito”, explicou.

Sobre o molde 3D

Foi o próprio médico quem idealizou o molde, planejado nas mesmas medidas do crânio da paciente. Lucas é natural da Bahia e veio morar em Guarapuava à convite, há menos de um ano. Quando soube da existência do Cilla Tech Park, o Parque Tecnologico, que está localizado a poucos metros do hospital onde trabalha, procurou o local para uma troca de ideias com o especialista em impressões em 3D, Jhonnathan Pool Ferreira.

“O Doutor Lucas trouxe a demanda. Ele precisava desenvolver a peça para ter uma maquete cirúrgica para fazer um estudo antes da cirurgia prática. Ele já tinha uma certa experiência com isso em Barretos, no interior de São Paulo, onde se formou. O Doutor que ensinou ele já trabalhava um pouco com essa tecnologia”, contou Jhonnatan.

O tempo da cirurgia também foi menor, o que segundo Lucas Brandão ajuda em uma recuperação mais rápida da paciente.

“A cirurgia dela se for levar em consideração o todo demorou cerca de três horas. A cirurgia propriamente dita, quando eu entrei para retirar o tumor, demorou em torno de uma hora e quarenta minutos. Foi um período que eu ganhei por ter usado o modelo 3D”, disse.

O médico informou ainda que a paciente passa bem, não apresenta dores e queixas. Ela tem se alimentado por meio de uma sonda durante o pós-operatório.

Ouça e veja a reportagem da Rádio Cultura.

 

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