Cultura News

Água e energia chegaram, mas esgoto ainda corre a céu aberto na invasão do Colibri

Primeiras famílias chegaram em 2017, mas somente este ano a água foi instalada em todas as casas.

Água e energia melhoraram condição, mas ainda falta estrutura de coleta de esgoto e drenagem urbana. Foto: Cléber Moletta.

20/06/2024 às 14:00 - Atualizado em 20/06/2024 às 15:10

Compartilhe:

A invasão do Colibri, no Bairro Alto Cascavel, existe desde 2017, mas os moradores receberam água encanada somente há seis meses. A energia elétrica veio há cerca de dois anos. Com água e luz regularizadas, as condições melhoraram, mas sem coleta e tratamento de esgoto e drenagem urbana moradores vivem com esgoto na porta de casa.

Em 2019, a Rádio Cultura produziu outra reportagem sobre a invasão. Na época, a comunidade ainda não tinha água e luz regularizadas, somente ‘gatos’. Léia Ribeiro de Oliveira, de 29 anos, foi uma das entrevistadas na época. Em junho de 2024 reencontramos ela na casa onde mora com o marido e mais quatro crianças. Com água e luz regularizados, a qualidade de vida cresceu, mas ainda há o que resolver.

“Então nós que moramos na parte aqui de baixo, somos quem mais sofremos. Porque daí da rua de cima vem tudo pra baixo. Então, não tem muito o que fazer ao não ser nós mesmos fazermos uma valeta em frente de casa para a água não entrar. Quando eu tô com as crianças brincando, porque a gente não consegue ficar com elas o dia inteiro trancadas dentro de casa, o meu piázinho, se eu solto ele aqui, vem na fossa. E se pega uma doença? E se pega dengue?”, disse a moradora.

Muitas vezes, durante temporais, ela relata que é preciso acordar no meio da noite para evitar que a água entre dentro de casa. Outra preocupação, é o risco que isso traz à saúde das famílias, principalmente das crianças.

A instalação de energia e água foi possível depois do trabalho da Prefeitura de Guarapuava. As famílias foram cadastradas, os lotes regularizados e fornecida a numeração predial. Isso possibilitou que as famílias se estabelecessem no local.

Fossas

O custo para a limpeza de fossas é de no mínimo R$ 85. Léia conta que além da demora para que o caminhão de esgoto venha até as casas, os buracos enchem rápido. Os moradores não têm condição para chamar a limpeza com tanta frequência. Quando isso acontece o esgoto transborda e corre pela rua.

Na maioria das casas a água das pias de cozinha e lavagem das roupas são lançadas diretamente na rua, pra poupar espaço nas fossas. Essa água também corre pela rua a céu aberto e invadem os terrenos.

Mudança

A reportagem também se reencontrou Elizete Ribeiro de Oliveira, de 32 anos, que cedeu uma entrevista em 2019. Com água e luz em casa, ela e sua família vivem com mais conforto.

“Temos água, temos luz, as casas já melhoraram né. Agora o que falta mesmo é esgoto e asfalto. Quando chove, fica complicado de andar no barro e quando não chove também, é poeira que Deus que livre. A porta fica fechada o dia inteiro”.

Elizete mora com o marido e mais duas filhas, de 11 e 14 anos. Antes, ela vivia com mais incertezas sobre o futuro, mas com a regularização de seu terreno foi possível se estabelecer com maior segurança. A luz foi regularizada no bairro há dois anos e meio, e a água por volta de 6 meses. Com acesso ao básico, Elizete e sua família podem se planejar para realizarem seus planos pessoais.

“Nós temos plano de montar uma padaria aqui, o meu marido é confeiteiro, só que pra isso as coisas [ainda] tem que melhorar”.

Reportagem de Cléber Moletta e Luis Emanuel Calixto (estagiário)

Fique sempre por dentro das últimas notícias!

Junte-se ao nosso grupo no WhatsApp e receba em primeira mão as notícias, atualizações e destaques do CulturaNews.
Não perca nada do que está acontecendo!

Clique aqui e faça parte do grupo!