Se você utiliza o cartão de crédito e costuma atrasar um pouco o pagamento das faturas então é preciso ficar atento. Um relatório divulgado na semana passada pelo Banco Central, aponta que os juros médicos cobrados pelos bancos nas operações com o cartão de crédito, atingiram o maior patamar até agora em 2024.
De bom moço a vilão. O cartão de crédito é um personagem flexível na trama da vida real, tudo depende de como ele é usado. “O lado negativo do cartão de crédito é o momento em que a gente não consegue pagar na integralidade a fatura. Consequentemente, a gente acaba fazendo o pagamento mínimo dessa fatura e entra na modalidade em que o juro pelo uso desse crédito acaba encarecendo significativamente”, destaca o economista e professor do Departamento de Ciências Econômicas da Unicentro, Simão Ternoski.
Quando uma pessoa não consegue quitar o valor total da fatura do cartão de crédito, ela entra no chamado crédito rotativo. Nesse caso, a diferença do valor pago e o valor total será transferida para a próxima fatura, e o tempo máximo de duração do crédito rotativo é de 30 dias. Se depois desse prazo a pessoa ainda não conseguir pagar o valor que ficou em aberto, o banco então oferece um financiamento da dívida. Essa operação é chamada de financiamento da fatura. Os juros desse financiamento devem ser menores do que os juros do crédito rotativo.
No mesmo relatório da semana passada, o Banco Central divulgou que os juros médios das operações com o cartão de crédito rotativo subiram 3,6 pontos percentuais em julho e chegaram a 432% ao ano, em julho, atingindo o maior patamar em 2024. No caso da taxa do cartão de crédito parcelado, houve uma queda de 182% para 178%.
“A grande dica para que as pessoas façam frente a isso é: procure junto a sua instituição financeira, uma modalidade de financiamento de crédito pessoal com juro mais barato. Com essa modalidade de financiamento de crédito pessoal aprovada, tenta fazer uma negociação junto à operadora de cartão para antecipação e pagamento das parcelas que estão em aberto. O que a pessoa estará fazendo? Ela vai trocar uma modalidade em que o juro é mais elevado, uma modalidade de crédito pessoal onde se passa, por exemplo, uma taxa de juros mais elevada, por outro crédito pessoal mais barato”, afirma o economista da Unicentro.
Evento em Guarapuava
Na semana passada, alunos e professores da Unicentro, em parceria com o Conselho Regional de Economia do Paraná, realizaram um evento no Terminal da Fonte para atender a comunidade com orientações e esclarecimento de dúvidas sobre a área economia e, principalmente, sobre o uso do cartão de crédito e os juros nele contidos.
“Pensar juntamente com esse indivíduo, com a população, formas para que de uma certa maneira encontre alternativas para reduzir o pagamento de juros. Auxiliar a população para que ela faça o planejamento familiar que começa com uma conversa da família em torno das finanças pessoais, no sentido de perceber: o que nós temos de renda hoje? Quais são as nossas despesas imediatas que não dá pra fugir como água, luz, internet, muitas vezes o aluguel, que são despesas correntes que acontecem todos os meses. Deixar uma reserva financeira para eventualidades. Às vezes uma doença, um bem que acaba estragando e precisa fazer o conserto, coisas eventuais. E também uma parte desse orçamento nosso, ter uma reserva para os nossos sonhos de futuro, seja uma viagem, a compra de um carro, a reforma de uma casa, em que a família faça um planejamento de futuro e vá deixando uma reserva para isso”, explicou Simão Ternoski.
Reportagem de William Batista, com informações de O Globo e Banco Central
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