Depois de reportagem sobre furtos, delegado explica procedimentos para suspeitos e motivos de soltura em alguns casos

Segundo o delegado, a prisão de suspeitos depende de fatores como flagrante, reincidência e decisão judicial.

Foto: William Batista/CulturaNews

14/03/2025 às 16:32 - Atualizado em 14/03/2025 às 16:38

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O CulturaNews noticiou ontem (14) relatos de moradores e empresários do bairro Batel, que disseram ser vítimas de sucessivas invasões a comércios e residências, situações que provocaram prejuízos e insegurança. Na ocasião, pediram reforço policial na região e questionaram o fato de alguns suspeitos, que já haviam sido presos, voltarem rapidamente para as ruas.

Segundo a Polícia Militar, Guarapuava já registrou 255 furtos em 2025. O Centro lidera com 44 ocorrências, seguido pelo Boqueirão (21), Santa Cruz (19) e Batel (13). Além dos números, a PM destacou, em nota, a frustração com a reincidência criminal e a necessidade de mudanças na legislação.

Diante das reclamações sobre a soltura rápida de suspeitos, a reportagem procurou a Polícia Civil. O delegado Wellington Yuji Daikubara explicou os procedimentos adotados nesses casos.

Ele esclareceu que, ao chegar à delegacia, cada caso é analisado para verificar se há flagrante.

“A primeira coisa a ser feita, se a situação for atendida pelo plantão da nossa central regional de flagrantes, é a análise do boletim de ocorrência pelo delegado plantonista. Se constatado o flagrante, ele ouvirá as partes envolvidas — vítima, policiais militares e o conduzido — e, na sequência, decidirá se haverá prisão ou não”, detalhou o delegado.

A decisão leva em conta diversos fatores, como reincidência, o valor do objeto furtado e se houve invasão de domicílio.

“Existem diversos critérios a serem considerados: se o furto é qualificado ou não, se é simples, o valor dos objetos furtados. Tudo isso influencia na decisão do delegado sobre a prisão do suspeito”, explicou.

Em casos de furtos reincidentes, especialmente os que envolvem cabos de energia ou fiação elétrica, a Polícia Civil tem atuado com rigor.

“Pessoas que praticam furtos de forma habitual, que já fazem disso um meio de vida, sem intenção de trabalhar e sustentando-se por meio de crimes contra o patrimônio alheio, têm sido alvo de uma atuação mais rigorosa da polícia. Temos representado até por prisão preventiva, mesmo quando o valor furtado é pequeno”, afirmou Daikubara.

No entanto, o delegado esclareceu que, mesmo quando a Polícia Civil mantém a prisão, a decisão final sobre a permanência do suspeito preso cabe ao Poder Judiciário e ao Ministério Público.

“Para que as pessoas tenham uma ideia geral, de 100% dos casos que chegam à delegacia, menos de 10% resultam na liberação do suspeito quando há flagrante”, explicou.

Ele destacou que, mesmo que um suspeito seja liberado na delegacia, ele continuará respondendo pelo crime.

“Na delegacia, as pessoas são conduzidas pela Polícia Militar e, em geral, são liberadas caso não haja uma situação clara de flagrante ou se não se enquadrem nas hipóteses legais para prisão em flagrante. Antes da liberação, elas são interrogadas sobre o fato. Isso significa que haverá um inquérito policial, e a investigação será finalizada e encaminhada ao Ministério Público, que decidirá se oferece denúncia ou não”, afirmou o delegado.

Por fim, Daikubara reforçou que a soltura dos suspeitos nem sempre depende da Polícia Civil.

“O Judiciário e o Ministério Público também fazem parte desse processo. Não se trata de falta de atenção ao número de furtos que estão ocorrendo, mas, muitas vezes, há uma impossibilidade legal de manter a pessoa presa”, concluiu.

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