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Dia do Alfaiate: conheça a história de “Carlinhos Alfaiate” de Guarapuava

Há 59 anos, ele é dono de uma alfaiataria no centro de Guarapuava e há 65 exerce a profissão.

Foto: William Batista/Cultura News

06/09/2024 às 15:00 - Atualizado em 06/09/2024 às 17:22

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Hoje, 6 de setembro, é celebrado o dia de uma das profissões mais antigas do mundo: a de alfaiate. A alfaiataria surgiu no final da Idade Média, entre os séculos XII e XIV. Era um luxo para poucos. E foi só depois do Renascimento, com uma preocupação maior em mostrar as formas do corpo, que o homem passou a dar valor tanto ao corte de uma roupa quanto ao tecido usado em sua construção. (trecho com informações da VS).

Em Guarapuava, seo Carlos César Bueno Martins, de 79 anos de idade, é alfaiate há 65 anos. Pelo nome registrado ele é pouco conhecido, mas é muito bem identificado na cidade por “Carlinhos Alfaiate”. “Meu pai era alfaiate, mas aprendi pouca coisa com ele. Meu pai tinha os costumes dele. Com 12 anos, eu era calceiro, fazia calça”, conta.

Fora de casa, no começo da carreira como alfaiate, seo Carlos precisou pagar para trabalhar. “Você tinha que pagar para aprender. Eu trabalhei durante um ano gratuitamente para pagar pelos ensinamentos que recebi”, afirma.

Há 59 anos, ele é dono de uma alfaiataria no centro de Guarapuava. “O alfaiate era muito prestigiado nos anos 50, 60. Nos anos 70 começaram a entrar as confecções, que antes não existia. Eram só roupas sob medida, alfaiates e tal. A demanda foi diminuindo. Mas eu nunca um dia sem ter o que fazer”, explica.

Na loja, ele é o único alfaiate e trabalha com quatro costureiras. Uma delas é a Jenifer Vogt, de 24 anos. “Eu já tinha alguma experiência com costura, mas a área que é trabalhada aqui com ajustes de ternos é totalmente diferente. Dentro desse quase um ano que estou aqui consegui aprender bastante coisa. Seo Carlinhos com tantos anos de profissão, com tantas dicas que passa, ajuda muito”, conta a costureira.

Mas antes de ingressar na profissão, seo Carlos queria mesmo é ser jogador de futebol. Ele até tentou, mas a carreira dentro das quatro linhas não foi adiante. “Meu avô falou: ‘Óh, Calinho’, ele me chamava assim. ‘O homem precisa ter pelo menos duas profissões’. Eu disse que seria que seria jogador, mas ele falou que era para eu aprender porque seria alfaiate”, diz.

No entanto, os tempos mudaram e a alfaiataria que recrutava muitos profissionais já não consegue mais fazer o mesmo nos dias de hoje. “O profissional está em extinção, mas não a profissão. Eu às vezes quando viajo e conto que sou alfaiate o pessoal fala: ‘nossa, que nobre. Venha morar aqui’ (risos)”, conclui o alfaiate.

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