Em Guarapuava, a Polícia Militar tem registrado, em média, até 50 ocorrências de violência doméstica por semana. Apesar do número expressivo, a PM esclarece que isso não indica um aumento real da violência, mas sim um crescimento das denúncias, resultado da conscientização e da criação de canais específicos, como a Patrulha Maria da Penha e a Delegacia Especializada.
A Patrulha Maria da Penha é um serviço especializado da Polícia Militar no combate à violência contra as mulheres. As equipes atuam de forma integrada com outros órgãos, oferecendo apoio, orientação e acompanhamento contínuo às vítimas, além de realizar patrulhamentos preventivos em locais de risco para garantir o cumprimento das medidas protetivas.
Segundo a soldado Luana Dias Schuarcz, o trabalho da Patrulha vai além do registro inicial feito pelo telefone 190. “Somente o atendimento inicial da violência não estava sendo suficiente para combater esse tipo de violência, a gente precisava de um acompanhamento posterior”, explica. A fiscalização das medidas protetivas busca garantir que as campanhas de conscientização incentivem as mulheres a romper o ciclo da violência e solicitem proteção na delegacia ou no Ministério Público.
De acordo com a soldado Luana, a realidade em Guarapuava revela que os registros envolvem diversos tipos de violência, não se limitando à lesão corporal. “A violência física, psicológica, moral, sexual e patrimonial fazem parte das ocorrências que acompanhamos. A gente percebe que ainda existe um desconhecimento sobre os tipos de violência previstos na Lei Maria da Penha”, ressalta.
O trabalho em rede é um dos pilares da Patrulha Maria da Penha. Semanalmente, a PM e a Polícia Civil analisam cerca de 40 a 45 registros para encaminhá-los ao CRAM (Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência). “Essa articulação com outros órgãos municipais permite um acompanhamento mais efetivo das vítimas e ajuda a romper com a invisibilidade da violência doméstica, que sempre existiu, mas permanecia escondida nos lares”, explica a soldado.
O fator álcool também aparece como um agravante. Segundo o soldado Pedro Antônio Souza de Araújo, durante períodos festivos, como o Carnaval, há um aumento nas ocorrências. “A violência contra a mulher anda de mãos dadas com o uso do álcool, principalmente”, destaca.
A Patrulha Maria da Penha também realiza ações educativas para sensibilizar a comunidade sobre os tipos de violência e a importância da denúncia. “Apesar da Lei Maria da Penha ter quase duas décadas, ainda há desconhecimento sobre os serviços oferecidos. Por isso, promovemos palestras para orientar a população”, afirma Luana.
A presença de policiais mulheres no atendimento às vítimas também faz diferença, segundo a soldado Luana. “A mulher se sente mais à vontade para falar sobre o que aconteceu, para se abrir no momento do atendimento. Porém, ainda há situações em que os agressores não respeitam a policial feminina, o que exige demonstrar a força da instituição, independentemente do gênero do policial”, conclui.
Fique sempre por dentro das últimas notícias!
Junte-se ao nosso grupo no WhatsApp e receba em primeira mão as notícias, atualizações e destaques do CulturaNews.
Não perca nada do que está acontecendo!



