Jubileu dos Enfermos e o Mundo da Saúde: o exemplo de fé e resiliência do Papa Francisco

Bispo referencial para a Pastoral da Saúde comenta o testemunho silencioso de Francisco no enfretamento de enfermidade.

Papa Francisco deixando o Hospital Gemelli no dia 23 de março, após alta médica /Foto: REUTERS Guglielmo Mangiapane.

03/04/2025 às 15:40

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Quase duas semanas após a alta médica do Papa Francisco, a Igreja vai viver o Jubileu dos Enfermos e o Mundo da Saúde. O evento, considerado grande neste Ano Santo, terá início neste sábado, dia 5 de abril de 2025, e não contará com a presença do Santo Padre – que segue em tratamento em sua residência, a Casa Santa Marta. Foram 38 dias internado no Hospital Gemelli, em Roma, para tratar de um quadro clínico complexo, consequência de uma bronquite.

O bispo da Diocese de Campos (RJ) e referencial para a Pastoral da Saúde, Dom Roberto Ferrería Paz, destaca o testemunho silencioso dado pelo Papa ao enfrentar este momento delicado de sua saúde. A fortaleza, entrega e confiança de Francisco foram considerados pelo bispo como fundamentais. “Em nenhum momento ele negou o tratamento ou desanimou. Pelo contrário, ele se manteve sempre de bom humor e dócil. É importante falar do triângulo terapêutico configurado por Deus, o médico e o paciente. Temos que obedecer sim à providência divina e confiar-nos a ela, mas também devemos ser dóceis às terapias e à medicação”, lembra.

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A Graça Divina é sustento para os momentos de fragilidade e provação, frisa Dom Roberto. “Francisco demonstrou uma resiliência, uma fortaleza, que certamente é sobrenatural. Então, sempre uma doença é uma ocasião para santidade, para santificação. O Papa nos lembra isso, que podemos crescer e amadurecer muito numa doença”.

Milagre

O médico e diretor da equipe que acompanhou o Papa durante sua hospitalização, Sergio Alfieri, em entrevista recente ao jornal italiano Corriere della Sera falou em “milagre” ao comentar o período em que Francisco esteve internado. O especialista ainda afirmou que o Papa correu risco de vida por duas vezes, além de ressaltar a decisão do Santo Padre em seguir com o tratamento, mesmo diante da alta possibilidade de danificar outros órgãos.

Dom Roberto afirma que, diante de uma enfermidade, muitos têm a graça de, assim como o Papa, viver milagres de cura e restabelecimento da saúde. No entanto, o bispo frisa que há milagres vividos que não são “extraordinários ou rompantes”, mas são milagres de aceitação, que dão vida nova, fazem descobrir a misericórdia de Deus. “Os sinais são, digamos, a serenidade, a calma que nos traz. (…) Esse estar num estado de aquiescência, de perfeita entrega e harmonia com Deus (…). Isso não é nada, digamos assim, para ‘super santos’”.

Durante o tratamento, a Santa Sé emitiu por diversas vezes o boletim sobre a saúde do Papa. Na maior parte deles foi citado o “bom humor” com que o Santo Padre enfrentou a internação. Padre Danilo afirma que, quando alguém vive a enfermidade com fé, há uma serenidade que transparece nos olhos, uma paz que não se explica pelas circunstâncias.

Os enfermos católicos costumam pedir orações, assim como parentes e amigos costumam fazê-las na intenção deles. É um gesto de fé comum dentro do catolicismo e abrange também o Papa Francisco.

Fonte: Canção Nova.